TÓPICO ESPECIAL: DIA (YOM)

Teorias do significado de yom (dia) tiradas e adaptadas de OT Survey I Notebook [Cadernos de Pesquisa do AT I] de Dr. John Harris (Deão da School of Christian Studies e Professor de AT na East Texas Baptist University):

1. A teoria do Período Literal de Vinte e Quatros Horas

Esta é a abordagem direta (cf. Êx 20.9-11). Questões decorrentes desta abordagem:

a. Como houve luz no dia um quando o sol não foi criado até dia 4?

b. Como todos os animais (especialmente aqueles originais a outras partes do mundo) foram nomeados em menos de um dia? (cf. Gn 2.19-20)?

2. A Teoria do Dia-Era

Esta teoria tenta harmonizar ciência (particularmente geologia) com Escritura. Esta teoria afirma que os "dias" foram "eras geológica" na duração. Sua duração é desigual, e aproxima as várias camadas descritas na geologia uniformitária. Cientistas tendem a concordar com o desenvolvimento geral de Gn 1: vapor e uma massa aquosa precederam a separação de terra e mar antes do aparecimento de vida. A vida vegetal veio antes da vida animal, e o gênero humano representou a última e a mais complexa forma de vida. Questões decorrentes desta abordagem.

a. Como as plantas sobreviveram por "eras" sem o sol?

b. Como a polinização aconteceu nas plantas se os insetos e os pássaros não foram criados até "eras" depois?

3. A Teoria Alternada Era-Dia

Os dias são de fato períodos de vinte e quatro horas, mas cada dia é separado por era na qual o que foi criado desenvolveu-se. Questões decorrentes desta abordagem.

a. Os mesmos problemas surgem como na Teoria Dia-Era.

b. O texto indica "dia" ser usado tanto como vinte e quatro horas e como uma era?

4. A Teoria Criação-Catástrofe Progressiva

Esta teoria é como segue: entre Gn 1.1 e 1.2, houve um período indefinido de tempo em que as eras geológicas aconteceram; durante este período, as criaturas pré-historicas na ordem sugerida pelos fósseis foram criadas; por volta de 200.000 anos atrás, um desastre sobrenatural ocorreu e destruiu muito da vida neste planeta e tornou muitos animais extintos; depois os dias de Gênesis 1 ocorreram. Esses dias referem-se à re-criação, em vez de uma criação original.

5. A Teoria do Éden Somente

O relato da criação refere-se somente à criação e aspectos físicos do Jardim do Éden.

6. A Teoria do Intervalo

Baseado em Gn 1.1, Deus criou um mundo perfeito. Baseado em Gn 1.2, Lúcifer (Satanás) foi encarregado do mundo e se rebelou. Deus então jugou Lúcifer e o mundo pela completa destruição. Por milhões de anos, o mundo foi deixado só e as eras geológicas passaram. Baseado em Gn 1.3-2.3, in 4004 A.E.C., os seis dias de vinte quatro horas literais da re-criação ocorreram. Bispo Ussher (1654 A.D.) usou as genealogias de Gênesis 5 e 11 para calcular e datar a criação da humanidade ca. 4004 A.E.C. No entanto, as genealogias não representam esquemas cronológicos completos.

7. A Teoria da Semana Sagrada

O escritor do livro de Gênesis usou o conceito de dias e uma semana como um meio literário para expor a mensagem divina da atividade de Deus na criação. Tal estrutura ilustra a beleza e a simetria da obra criativa de Deus.

8. A Inauguração do Templo Cósmico

Esta é uma visão recente de John H. Walton, The Lost World of Genesis One [O Mundo Perdido de Gênesis Um], IVP [Intervarsity press], 2009, que vê os seis dias como uma "ontologia funcional, não uma ontologia material. Descrevem Deus ordenando ou estabelendo um universo em funcionamento para o bem da humanidade. Isto encaixa as outras cosmologias antigas. Por exemplo, os primeiros três dias representariam Deus provendo "estações (i.e. tempo)," "clima (i.e. para safras)" e alimento. A frase repetida "é bom" denotaria funcionalidade.

O sétimo dia descreveria Deus entrando no Seu "templo cósmico" plenamente funcional e habitado como seu legítimo proprietário, controlador e diretor. Gênesis 1 não tem nada a ver com a criação material da matéria mas a ordenação dessa matéria para um lugar em funcionamento para Deus e os seres humanos terem comunhão.

Os "dias" se tornam um meio literário para comunicar o consenso geral do Antigo Oriente Próximo de que

a. não há nenhuma distinção entre o "natural" e o "sobrenatural"

b. a Divindade está envolvida em cada aspecto da vida. A singularidade de Israel não era sua cosmovisão geral mas o seguinte

(1) seu monoteísmo

(2) a criação foi para a humanidade, não para os deuses

(3) não há nenhum conflito entre os deuses nem os deuses e a humanidade no relato de Israel.

Ela não tomou emprestado seu relato da criação de outros mas compartilhou a cosmovisão geral deles.

O termo "dia" geralmente se refere a um ciclo de 24 horas de rotação da Terra (isto é, Ex. 20.9-10), mas ele pode se referir a um período de tempo não especificado (cf. Gn 2.4; 5.2 ; Rute 1.1, Sl 50.15; 90.4; Isa 4.2; 11.2; Eclesiastes 7.14; Zc 4.10).