TÓPICO ESPECIAL: DÍZIMO

Esta é a única referência do NT ao dízimo. Eu não creio que o NT ensine o dízimo porque este cenário inteiro é contra o legalismo e hipocrisia de "picuinhas” judaicas. Eu creio que as diretrizes do NT para a contribuição regular (se há alguma) são encontradas em II Coríntios 8 e 9 (isto é, referindo-se à doação única das igrejas Gentias para os pobres da Igreja Matriz, em Jerusalém), que vão muito além do dízimo! Se um judeu com apenas a informação do AT era ordenado dar de dez a trinta por cento (há dois, possivelmente três, exigidos dízimos no AT; Veja o Tópico Especial: Dízimo na Legislação Mosaica), então os cristãos deveriam dar muito além e não ainda tomar tempo para discutir o dízimo!

Os crentes do NT devem ter cuido de não transformar o cristianismo num novo código orientado pelo desempenho (Talmude cristão). O desejo deles de ser agradáveis a Deus os faz tentar encontrar as diretrizes para cada área da vida. No entanto, teologicamente é perigoso extrair regras pactuais antigas que não são reafirmadas no NT (cf. O Conselho de Jerusalém de Atos 15) e torná-los critérios dogmáticos, especialmente quando eles são afirmados (por pregadores modernos) ser causas de calamidade ou promessas de prosperidade (cf. Malaquias 3).

Aqui está uma citação de Frank Stagg, New Testament Theology [Teologia do Novo Testamento], pp. 292-293.

"O Novo Testamento nenhuma vez introduz o dízimo na graça de contribuir. Os dízimos são mencionados apenas três vezes no Novo Testamento:

(1) ao censurar os fariseus pela negligência da justiça, misericórdia e fé enquanto davam cuidado meticuloso ao dízimo de até do produto agrícola do jardim (Mt 23.23; Lucas 11.42);

(2) na exposição dos fariseu orgulhoso que ‘oravam para si mesmo’, gabando-se que ele jejuava duas vezes cada semana e dava o dízimo de todas as suas posses (Lucas 18.12);

(3) ao argumentar a favor da superioridade de Melquisedeque, e assim de Cristo, a Levi (Hb 7.6-9)

"É claro que Jesus aprovava o dízimo como uma parte do sistema do Templo, apenas como em princípio e prática ele apoiava as práticas gerais do Templo e das sinagogas. Mas não há nenhuma indicação de que ele impusesse qualquer parte do culto do Templo sobre seus seguidores. Os dízimos eram principalmente produto agrícola, anteriormente comido no santuário pelo que dava o dízimo e depois comido pelos sacerdotes. O dízimo como iniciado no Antigo Testamento poderia ser cumprido somente num sistema religioso construído ao redor de um sistema de sacrifício de animal.

"Muitos cristãos acham que o dízimo é um plano justo e viável para a contribuição. Contanto que não seja tornado ser um sistema coercivo e legalista, pode provar ser um plano feliz. No entanto, ninguém pode validamente afirmar que o dízimo é ensinado no Novo Testamento. É reconhecido como adequado para a observância judaica (Mt 23.33; Lucas 11.42), mas não é imposto sobre os cristãos. De fato, é agora impossível para judeus e cristãos darem o dízimo no sentido do Novo Testamento. O dízimo hoje apenas vagamente se parece com a antiga prática ritual pertencente ao sistema sacrificial dos judeus”.

Paulo Stagg resume.

"Enquanto muito pode ser dito para adotar o dízimo voluntariamente com um padrão para a contribuição de alguém sem impô-lo rigidamente sobre outros como uma exigência cristã, é claro ao adotar uma prática assim que alguém não está cumprindo a prática do Antigo Testamento. No máximo alguém está fazendo algo apenas remotamente análogo à prática do dízimo do Antigo Testamento, que era um imposto para sustentar o templo e o sistema sacerdotal, um sistema social e religioso que não existe mais. Os dízimos eram obrigatórios no judaísmo como um imposto até a destruição do Templo em 70 A.D., mas eles não estão assim obrigando sobre os cristãos”.

“Isso não deve desacreditar o dízimo, mas deve clarificar seu relacionamento com o Novo Testamento. Deve negar que o Novo Testamento apóia a coerção, o legalismo, a razão de lucro e a barganha que tão freqüentemente caracterizam os apelos de dízimo hoje. Como um sistema voluntário, o dízimo oferece mais; mas deve ser remido pela graça se é para ser cristão. Alegar que ‘funciona’ é apenas adotar os testes pragmáticos do mundo. Muito ‘funciona’ que não é cristão. O dízimo, se é para ser propício à teologia do Novo Testamento, deve estar enraizado na graça e amor de Deus”.