TÓPICO ESPECIAL: PÔNCIO PILATOS
I. O homem
A. Lugar e data de nascimento desconhecido
B. Da ordem dos Equestres (classe média superior da sociedade romana)
C. Casado, mas sem filhos conhecidos
D. Primeiros compromissos administrativos (dos quais devem ter havido
vários) desconhecidos
II. Sua personalidade
A. Duas visões diferentes
1. Filo (Legatio ad Gaium, 299-305) e Josefo (Antig. 18.3.1 e Guerras
Judaicas 2.9.2-4) o descrevem-no como um ditador cruel e incompassível.
2. O NT (Evangelhos, Atos) apresenta um procurador romano fraco,
facilmente manipulado.
B. Paul Barnett, Jesus and the Rise of Early Christianity [Jesus e o
Surgimento do Cristianismo Primitivo], pp. 143-148, dá uma explicação plausível
dessas duas visões.
1. Pilatos foi designado procurador em 26 A.D. sob Tibério, que era
pró-judaico (cf. Filo, Legatio ad Gaium, 160-161) por conselho de Sejano,
principal conselheiro anti-judaico de Tibério.
2. Tibério sofreu uma perda de poder político para L. Élio Sejano, seu
prefeito pretoriano que se tornou o poder real por trás do trono e que odiava
os judeus (Filo, Legatio ad Gaium, 159-160).
3. Pilatos era um protegido de Sejano e tentou impressioná-lo por:
a. introduzir os estandartes romanos em Jerusalém (26 A.D.), que outros
procuradores não tinham feito. Esses símbolos dos deuses romanos inflamaram os
judeus (cf. Antig. 18.31; Guerras Judaicas 2.9.2, 3 de Josefo).
b. cunhar moedas (29-31 A.D.) que tinham imagens de adoração romana
gravadas nelas. Josefo diz que ele estava propositadamente tentando derrubar as
leis e costumes Judaicos (cf. Antig. 18.4.1, 2 de Josefo).
c. tirar dinheiro do tesouro do Templo para construir um aqueduto em
Jerusalém (cf. Antig. 18.3.2; Guerras Judaicas 2.9.3 de Josefo).
d. ter vários galileus mortos enquanto estavam oferecendo um sacrifício
na Páscoa em Jerusalém (cf. Lucas 13.12).
e. levar escudos romanos para Jerusalém em 31 A.D. O filho de Herodes
apelou a ele para removê-los, mas ele não atendeu, então eles escreveram a
Tibério que ordenou que fossem removidos de volta para Cesaréia pelo mar (cf.
Filo, Legatio ad Gaium, 299-305).
f. Ter muitos Samaritanos massacrados no Mt. Gerizim (36/37 A.D.)
enquanto buscavam objetos sagrados de sua religião, que tinham sido perdidos.
Isso fez com que o superior local de Pilatos (Vitélio, Prefeito da Síria) o
removesse do seu ofício e o enviasse para Roma (cf. Antig. 18.4.1, 2 de
Josefo).
4. Sejano foi executado em 31 A.D. e Tibério foi restaurado ao pleno
poder político; portanto, a, b, e d foram possivelmente realizados por Pilatos
para ganhar a confiança de Sejano; e e f poderiam ter sido tentativas para
ganhar a confiança de Tibério, mas podem ter produzido um resultado indesejado.
5. É óbvio que com um imperador pró-judaico restaurado, mais uma carta
oficial para os procuradores de Tibério serem gentis com os judeus (cf. Filo,
Legatio ad Gaium, 160-161), que a liderança judaica em Jerusalém tirou vantagem
da vulnerabilidade política de Pilatos e o manipulou para que tivesse Jesus
crucificado. Essa teoria de Barnett une as duas visões de Pilatos de uma forma
plausível.
III. Seu destino
A. Ele foi recolhido e chegou a Roma logo depois da morte de Tibério (37
A.D.)
B. Ele não foi renomeado
C. Sua vida é desconhecida depois disso. Há muitas teorias posteriores, mas nenhum fato seguro.
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